Moto-Contínuo


* imagem google

O dia nascendo
é menino travesso
brincando nos campos:
passeia entre flores
nas asas do vento
em voejar de borboleta.

O dia passando
é homem já feito
trabalha pesado:
pensando o sustento
batalha apressado
portando sua maleta.

O dia findando
é velho cansado
andando à bengala
com seu passo lento:
veste seu manto
rumo às estrelas
à bordo de um cometa.

Adormece feliz
o incansável ancião.
Na sua eternidade
seja inverno ou verão
seja amanhã ou depois
será novamente
aquele menino travesso
no dia nascendo.

Giulia Dummont

3 comentários:

Rogério disse...

Parabéns pela premiação. Creio que é chover no molhado, mas nada como uma boa massagem no ego, não é?
De certa forma seu poema Moto-Contínuo me lembrou o enigma da esfinge do mito de Édipo. Chamou-me a atenção a última estrofe: seria uma alusão à reencarnação?
Parafraseando você, beijos meus.

Giu disse...

Gratíssima, meu amigo Rogério, sempre bem vindo! E oportuno o seu comentário: a idéia é a de eternidade, continuação da vida,onde cabe, perfeitamente a reencarnação.
Beijos

Giu disse...

Agradecimentos ao pessoal do VejaBlog! Adorei.....
[]s